Sebastião Lasneau

Sebastião Lasneau nasceu no dia 12 de novembro de 1900 em Barra do Piraí (RJ), pequena cidade do Vale do Paraíba. Filho de Evilásio Antônio Lasneau e Etelvina Santos Lasneau, foi  poeta, repentista e trocadilhista.

De família simples, começou a trabalhar cedo para ajudar no sustento de casa, ia para o interior Fluminense nas cidades de Paracambi e Mendes até ser admitido na estrada de ferro Central Brasil na função de cabineiro, onde permaneceu por vinte anos. 

Casou-se com Augusta Dias Lasneau e com ela viveu e teve dois filhos, ficaram sete anos casados quando, inesperadamente, Augusta desencarna. Tempo depois casou-se novamente e Olívia Lasneau, que tornou-se mãe carinhosa para com seus filhos e esposa dedicada durante trinta e seis anos.

Conheceu a Doutrina Espírita por influência de seu cunhado, o também poeta Alfredo Nora, espírita convicto que também foi servidor da Central do Brasil.

Em 1944, ingressou no quadro social do Grêmio Espírita de Beneficência de Barra do Piraí, instituição a que dedicou a maior parte de sua vida. Poeta, compunha versos de improviso com qualquer tema que lhe surgisse a cabeça. Foi também excelente expositor de temas do Espiritismo, tendo realizado apreciável tarefa no campo da divulgação doutrinária.

Proferiu grande número de palestras em instituições espíritas do Estado do Rio de Janeiro e de outras unidades da Federação, notadamente em Minas Gerais. Aproveitava sempre o trajeto de suas viagens para elaborar quadrinhas primorosas, com temas evangélicos e doutrinários, a fim de brindar o público ouvinte.

Visitava com bastante frequência seu amigo Francisco Cândido Xavier, participando de reuniões em Pedro Leopoldo e Uberaba. Quando em Belo Horizonte, incentivava o incipiente Movimento Espírita Juvenil frequentando os eventos das poucas mocidades espíritas existentes, entre elas Maria João de Deus, Nina Arueira e O Precursor.

Lasneau dedicou-se também ao jornalismo. Foi redator de vários jornais, inclusive do Jornal do Povo, de Barra do Piraí, escrevia crônicas e poesias. Além de escrever livros, musicou alguns de seus versos e fez várias paródias espiritualizadas de músicas famosas da época, as quais eram muito cantadas nos movimentos de mocidade.

Participou de vários concursos de poesia em muitas cidades. Foi inclusive juiz de poesias da 1ª CONJEB (I Confraternização de Mocidades Espíritas do Brasil) realizada em Marília (SP), em 1965.

Depois da aposentadoria, perdeu completamente a visão em consequência de um glaucoma. Diabético, sofria também do fígado e de dores lancinantes causadas por uma persistente polinevrite. Recorreu sem sucesso à ajuda da Medicina. Apesar do sofrimento físico, mantinha-se em consciente e resignada aceitação consolado pela Doutrina Espírita que ensina não existir efeito sem causa.

Sempre orava rogando forças para resistir à dura prova a que era submetido, sem se esquecer as ações do bem. Nessa mesma época, encontrou se com  confrades de Belo Horizonte que o aconselharam a ir à cidade de Caratinga (BH). Foi conduzido à Fazenda Eureka, no município de Itanhomi (MG), onde funcionava o Grupo da Fraternidade Joseph Gleber fundado por Jerry Labatte e companheiros da Capital Mineira. Em suas amplas dependências, realizavam-se notáveis reuniões com o médium Antônio Sales através de faculdade ectoplasmática, onde materializaram-se espíritos que socorriam portadores de várias enfermidades. Lasneau, submetido à ação desses espíritos generosos, pôde finalmente ser aliviado em suas aflições. Não recuperou a visão, mas ficou livre das dores incômodas que sentia no globo ocular. Compunha versos de improviso com qualquer tema que lhe surgisse a cabeça. 

Sebastião Lasneau desencarnou no dia 30 de março de 1969, em Barra do Piraí.

Após a sua desencarnação, como homenagem póstuma, foi eleito Patrono do Círculo dos Missivistas Amigos, um movimento fraterno que promove a correspondência entre pessoas livres e encarceradas em todo o Brasil.

Foi um dos grandes vultos espíritas, cuja obra teve por cenário numerosas cidades e Estados do Brasil, fazendo-o através de uma participação efetiva e constante em todas as grandes realizações que eram efetuadas em prol da divulgação da Doutrina dos Espíritos, tornando-se por isso, uma personalidade querida e requisitada por todos. 

Sebastião Lasneau é hoje o mentor de Equipe de Visita aos Lares da FEIG.

www.uemmg.org.br/biografias/cicero-pereira 

LUCENA, Antônio de Souza; GODOY, Paulo Alves. Personagens do Espiritismo. São Paulo, Novembro 2009. Disponível em: http://bit.ly/2Y5WF8I. Acesso em: 30 jul. 2019