– TEMÁTICA CENTRAL:
O livro explora o fenômeno cíclico na História da Civilização relacionado às religiões. Aborda o desenvolvimento e a decadência das religiões contemporâneas. Explora por que podemos afirmar que as religiões do nosso tempo estão agonizantes e questiona o que virá depois delas. Demonstra que as religiões são seres sociais que nascem, crescem e morrem, e que a decadência delas iniciou-se no fim da Idade Média. É um estudo profundo sobre o desenvolvimento e decadência das religiões contemporâneas. Em resumo, o autor oferece uma perspectiva crítica e reflexiva sobre o papel das religiões na sociedade e como elas evoluíram ao longo do tempo.
– DESENVOLVIMENTO DA OBRA:
Alguns tópicos abordados pelo autor:
Tempos de Agonia: O autor descreve como o desenvolvimento da humanidade tem sido marcado por fases de agonia e morte, seguidas de fases mais duradouras de ressurreição e reconstrução.
Religiões como Criações Humanas: Conceitua as religiões como criações humanas que nascem do esforço do homem para compreender o mundo. Ele nega a origem divina que todas elas se arrogam, mas admite as revelações como ocorrências naturais do processo de desenvolvimento do homem na Terra.
Busca por Respostas: As instituições religiosas não conseguem mais satisfazer o desejo do ser humano de entender o porquê das coisas. O homem moderno busca respostas para sua própria existência e seu objetivo final, que é a evolução infinita em todos os ângulos: científico, filosófico e moral.
Novo Surto Religioso: O autor sugere que a morte das religiões atuais dará lugar a um novo surto religioso de natureza superior, abrindo novas possibilidades para a compreensão do fenômeno religioso.
Como nos diz o Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. I, Instruções dos Espíritos: A nova era;
“São chegados os tempos em que se hão de desenvolver as ideias, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Têm elas de seguir a mesma rota que percorreram as ideias de liberdade, suas precursoras. Não se acredite, porém, que esse desenvolvimento se efetue sem lutas. Não; aquelas ideias precisam, para atingirem a maturidade, de abalos e discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas. Uma vez isso conseguido, a beleza e a santidade da moral tocarão os espíritos, que então abraçarão uma ciência que lhes dá a chave da vida futura e descerra as portas da felicidade eterna. Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá. – Um Espírito israelita.”
– ALGUNS PONTOS RELEVANTES:
“As Religiões estão morrendo. O poder das Religiões não é mais religioso, mas simplesmente econômico, político e social. As igrejas se esvaziam, os seminários se fecham, a vocação sacerdotal desaparece, o clero de todas elas recorre no mundo inteiro aos mais variados expedientes para manter seus rebanhos, fazendo-lhes concessões perigosas.”
“Em nosso século, o desenvolvimento acelerado das Ciências, a laicização do Estado e da Educação, a desagregação da família, a expansão cultural e a rápida modificação dos costumes e do sistema de vida pelo impacto da Tecnologia – abrangendo praticamente todo o mundo – fortaleceram a concepção pragmática e materialista, dando o golpe de misericórdia no sobrenatural e nos sistemas religiosos que nele se apoiam.”
“Considerando-se esse estranho panorama religioso da Terra numa perspectiva histórica, à luz da razão, compreende-se facilmente que os erros de ontem, até hoje sustentados pelas religiões, foram úteis e necessários nos tempos de ignorância, em que os problemas espirituais não podiam ser colocados em termos racionais.”
“As práticas místicas do passado não servem para a era da razão, em que nos encontramos na antevéspera da era do espírito.”
“A religião espírita não se organizou em forma de igreja, não admite sacramentos nem admitiu nenhuma forma de autoridade religiosa de tipo sacerdotal. Não há batismo, nem casamento religioso no Espiritismo, nem confissões ou indulgências. Todos esses formalismos são considerados como de origem pagã e judaica.”
“Não há nenhuma outra saída para a crise religiosa do nosso tempo. As teologias artificiais, como a da morte de Deus, são ensaios de voo cego num céu vazio, nublado pela dúvida. A realidade é uma só. A confirmação positiva da existência do espírito, através da Ciência em desenvolvimento acelerado, porá um ponto final nas especulações religiosas. E não há nenhuma outra plataforma, na Terra, para a execução dessa reintegração da Religião no campo cultural, além da obra de Kardec.
‘O tempo das igrejas está chegando ao fim, como chegou o dos mistérios na Antiguidade. Elas foram necessárias e tanto serviram como desserviram à Humanidade, revelando sua estrutura imperfeita como a de todas as obras humanas. Em vão se arrogaram investiduras divinas.
“Estamos às portas de uma revolução cultural decisiva. A terapêutica espírita exerce uma fascinação crescente sobre os cientistas e os médicos arejados, de mente aberta para as possibilidades novas.”
– SOBRE O AUTOR
José Herculano Pires (Avaré, SP, 25 de setembro de 1914 – São Paulo, SP, 9 de março de 1979) foi um escritor, jornalista, educador, filósofo e notável estudioso e divulgador do Espiritismo. Herculano Pires é autor de aclamados livros doutrinários, dos quais “O Espírito e o Tempo” é considerado sua obra-prima. Ele também traduziu alguns livros de Allan Kardec e escreveu extensivamente sobre temas relacionados ao espiritismo e à filosofia. Além disso, exerceu funções como repórter, redator, secretário, cronista parlamentar e crítico literário dos Diários Associados por cerca de trinta anos. Seu legado literário inclui 81 livros abrangendo áreas como Filosofia, Ensaios, Histórias, Psicologia, Pedagogia, Parapsicologia, Romances e Espiritismo. Uma figura multifacetada, Herculano Pires deixou uma marca significativa na literatura e no pensamento espírita no Brasil.